Rodrygo “devolve” a 10 a Neymar, mas assume holofotes na Seleção: “Olhares do mundo em mim”

Atacante diz que usará a camisa mais pesada da história do futebol, trata Vini como melhor do mundo e analisa versatilidade para jogar em quatro funções no ataque

Nas costas, o peso de uma história pesada. Rodrygo sabe que não será apenas mais um dos grandes nomes da Seleção na Copa América. E isso não está relacionado apenas aos feitos pelo Real Madrid. A camisa 10 carrega consigo uma responsabilidade que o jovem de 23 anos não foge – por mais que saiba ser temporária.

Rodrygo assume responsabilidade de usar a camisa 10 da Seleção: “Os olhos do mundo estarão em mim”

Escolhido para vestir a camisa que foi de Pelé, Zico, Rivaldo e tantos outros ao longo da história, Rodrygo sabe que a 10 tem dono: Neymar. Até por essa relação, os holofotes a partir da estreia diante da Costa Rica, segunda-feira, serão multiplicados.

– Sei da minha responsabilidade, sei que cada dia eu tenho que estar melhor. Sei que os olhos do mundo inteiro vão estar em mim ali com aquela camiseta, então estou preparado para seguir fazendo as coisas bem para responder à altura do que esperam.

Lesionado desde outubro, quando passou por cirurgia no joelho, Neymar está na Califórnia de férias e a expectativa é de que visite a Seleção antes da partida contra os costarriquenhos. Rodrygo mantém contato com o craque e reforça de quem é a “posse” da camisa 10:

Rodrygo com a camisa 10 da Seleção em Brasil x Marrocos — Foto: Reprodução/Twitter

– E eu sempre tento deixar claro isso para ele, que por mais que eu esteja com a camisa 10 agora, a camisa é dele. Eu só estou substituindo por um momento. A gente está esperando de volta.

Com a 10 às costas, Rodrygo vai além da função de meia no time de Dorival Júnior. Escalado no centro do ataque com liberdade para alternar com Vini Jr pela esquerda, o jogador do Real Madrid já foi testado também atrás do centroavante quando Endrick é testado e Paquetá recuado, e circula também pela direita.

Funções que fazem dele um coringa para quando o treinador decidir variar um esquema tático em uma primeira fase com adversários tão distintos: Costa Rica, Paraguai e Colômbia.

Rodrygo diz que joga com melhor jogador do mundo, Vini Jr

– Na Seleção, jogamos de uma forma diferente do que estou acostumado a jogar no meu clube, e eu gosto disso, me faz bem “jogar em todas”. Às vezes estou em um lugar, aí troco com o Paquetá ali no meio, isso dá opções ao Dorival Júnior. Me sinto cômodo onde ele pretende me colocar dentro de campo, então estou ali para ajudar a seleção sempre.

O Brasil estreia na Copa América contra a Costa Rica, segunda-feira, às 22h (de Brasília), no SoFi Stadium, em Inglewood, Califórnia, pelo Grupo D. No mesmo dia, às 19h, Colômbia e Paraguai se enfrentam em Houston.

Rodrygo e Neymar em treino do Brasil na Arena Pantanal — Foto: Daniel Leite/Momentum Produtora

Veja outros trechos da coletiva

 

Camisa 10
— É uma honra estar vestindo a 10, acho que é a camisa mais pesada da história do futebol. Eu sei que é uma responsabilidade muito grande para mim e eu assumo essa responsabilidade, mas o nosso papo sempre dentro do vestiário é que aqui a gente vai dividir as responsabilidades. A gente não vai deixar só com um ou dois jogadores, todo mundo vai assumir seu papel pro grupo ser cada vez mais forte.

Acho que só assim a gente vai poder chegar no nosso objetivo. Mas, claro, falando sobre mim, é uma honra, é um prazer para mim vestir essa camisa. Sei da minha responsabilidade, sei que cada dia eu tenho que estar melhor. Sei que os olhos do mundo inteiro vão estar em mim ali com aquela camiseta, então estou preparado para seguir fazendo as coisas bem para responder à altura do que esperam.

Amizade com Neymar
— A gente estava se falando ontem ou antes. E eu sempre tento deixar claro isso para ele, que por mais que eu esteja com a camisa 10 agora, a camisa é dele. Eu só estou substituindo por um momento. A gente está esperando de volta. Sempre que eu for falar do Neymar, eu vou falar com um sorriso no rosto, com um brilho nos olhos. É o meu ídolo, é o cara que eu mais gosto de assistir jogando futebol. Então a gente estava se falando, acho que ele deve ir no treino, ou vir aqui no hotel algum dia. Sem dúvidas vou pegar algumas dicas. Neymar é o melhor que a gente tem, então temos sempre que aprender com os melhores.

Versatilidade
– Essa é a pergunta que eu mais recebo, sobre a minha versatilidade. Gosto disso. Na Seleção, jogamos de uma forma diferente do que estou acostumado a jogar no meu clube, e eu gosto disso, me faz bem “jogar em todas”. Às vezes estou em um lugar, aí troco com o Paquetá ali no meio, isso dá opções ao Dorival Júnior. Me sinto cômodo onde ele pretende me colocar dentro de campo, então estou ali para ajudar a seleção sempre.